segunda-feira, 23 de março de 2009

A adolescência no sentir
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Quantas vezes já nos dissemos que coisa de paixão é para os jovens que estão no frescor da idade e das descobertas.
Será? Será, que somente o frescor dos 18, 20 ou 21 anos proporciona paixões e emoções avassaladoras? Não creio.
Como mulher apaixonada sempre, acredito que qualquer idade pode ser a idade de uma grande paixão, de um grande amor, de uma grande virada na vida das pessoas. Principalmente na vida daquelas que acreditam que viver é respirar o melhor da vida.

(Este fragmento é do um texto de minha autoria intitulado Feliz Dia das Mães pra Mim Mesma – escrito em 2008).
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Pois é... tenho podido assistir de perto o desenrolar de muitas paixões e de muitos amores após os cinquenta anos. E, nada me surpreende mais.

Tenho sabido de pessoas que querem, e lutam tanto por esse querer, que desfalecem. E, jogadas em seus medos e conflitos são, então, abusadas em seus sentimentos. Viram presas fáceis demais (refiro-me a homens e mulheres).
Caçadas, são alimento para saciar a fome, não além disso.
Saciada a fome do caçador, viram restos de uma ceia canibal. Ficam lá. Deformadas. Expostas em suas amarguras para servir de alimento aos abutres.
Não se dão conta de todo este processo. Vivem para um fim que nunca chega.
Choram suas dores e espalham seus fétidos odores até aonde o vento possa levá-los.
Suas angústias das perdas em si mesmas tentam incorporar às outras vidas erguidas, e, que tanto lhes agridem em felicidade.
Essas entraram numa luta sem saber as armas que tinham à sua disposição. Sem saber o terreno em que estavam pisando. Sem conhecer o adversário, suas estratégias e qual estrago poderiam sofrer.
Para essas, o amor de nada valeu, porquanto nada dele puderam ter ou dar. Fizeram uma tremenda confusão entre “ter” o que queriam (e a qualquer custo), e o “sentir” aquilo que possivelmente poderiam.
Essas ficam sós. Muito sós...

Tenho sabido de outras que trapaceam, que subjugam o parceiro e os teem dessa maneira. Aproveitam da fragilidade do outro e fazem do seu pior estado, o estado de sempre numa parceria regida por enganos, traições, desconfianças, medos, tristezas... Tenho percebido que o jogo da sedução, mesmo no mundo virtual, em nada se distancia daquele que conhecemos, e bem, no mundo real.
Amor bandido!...

Tenho sabido de pessoas que, verdadeiras guerreiras, enfrentam de frente a cada dia, e de cabeça erguida, os conflitos que se estabelecem em suas relações. Mas, não antes de conhecer seus adversários. Mas não antes de saber em qual campo e o porquê da luta travada. Ponderam as situações. Estudam suas estratégias. Sabem das possibilidades dos adversários e não os subjugam. E, a cada derrota, choram. Gritam. Enxugam o suor do rosto e partem com tudo e com todas as armas para a conquista final.
Despem-se dos trapos das adversidades. E queimados estes, não se utilizam jamais das cinzas deixadas. Renascem em sua plenitude. Sabem alçar voo e reconhecer à distância uma áspide. E, teem garras suficientes para impor sua maestria.
Estas conhecem como ninguém o sabor das “manhãs e das maçãs”. Cuidam do amor como este cuida delas. Sentem e são sentidas. Amam! Fazem com o amor, amor bonito! Danado de bom!...

Em algumas pessoas, existe a delicadeza, que comparo ao aroma de uma fragrância perfeita.
Em outras o perfume forte exala um movimento cadenciado e alucinado (às vezes), provocando odores misturados ao suor e ao mistério – são odores de inquietação. Confusos, provocam desconforto em seus entornos.
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No geral, a demonstração de afeto a partir dos cinquenta, toma um rumo tal qual os rumos da adolescência. Neste momento o dito popular “para o amor não há idade específica”, se torna uma realidade.
Ele, o amor, é sempre adolescente. Tem sempre um sorriso interrogativo. E, a cada resposta uma exclamação de uma suposta surpresa, já que se esperava tal afirmativa.

É a adolescência, quem descobre a sutileza e quem sabe muito bem fazer uso dela. E, só descobre e faz uso, porque tem medo de abrir o peito. Então, meias palavras e poucos sorrisos permeiam o universo do que sente.

Às vezes, fico aqui diante das leituras que faço das salas, pensando em como estariam naquele momento as pessoas no real, vivenciando as emoções proporcionadas pelo virtual? Será que sentem o friozinho no estômago a cada palavra escrita? Será que a cada música oferecida elas se deixam levar pela melodia e podem até mesmo fechar os olhos e sentir cada nota como se estivessem sendo acarinhadas... acariciadas? Como seria na realidade o semblante de cada internauta apaixonado? De cada internauta surpreendido pelo amor virtual? De cada internauta no seu momento de glória e de desespero por conta de um sentir?
Mistérios... Mistérios...

É... mas a verdade é que a racionalidade para se entender um sentimento, perde toda a razão... rs...

Devaneio... Puro devaneio meu... e de tantos outros, que como eu pensam na força existente por detrás dos nicks nas salas. Dessa força existente e que somada às ondas desta rede, tornam pequeno este mundo virtual. E faz das salas um ponto de convergência de interesses regidos, na sua maioria, pela solidão do mundo pós moderno.

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1 Coríntios 13

O amor é o dom supremo

13 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2 Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.
3 E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
4 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece,
5 não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal;
6 não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;
7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. “

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